quinta-feira, abril 09, 2009

Alma minha

Li em um dos poemas libertinários de Manuel Bandeira, que largasse a minha alma se eu quisesse sentir a felicidade de amar.
"Porque os corpos se entendem, mas as almas não"
Sim, eu largarei minha alma. Deixarei-a vagando por aí, infeliz, solitária, perdida.
Largarei-a para que ela se encontre em um nirvana profundo do paraíso das almas. Largarei-a em uma esquina, sem nenhum radar. Deixarei-a em paz, na paz que as almas encontram quando encontram a si mesmas.

Eu deixarei minha alma passear pelo mundo, pelos cantos, pelas casas e pontes, para que eu encontre a felicidade de amar.

Mas peço a ela, a alma que é, que não me abandone. Que vagueie por muito tempo, que se incomunique com outras almas, que se encontre em espelhos do mundo. Mas que volte para o meu corpo. Porque há muito tempo ele já sente a falta desta alma.

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