domingo, dezembro 19, 2010

Medida do tempo

Em cada presente, a mensagem tem um sentido.
A minha percepção de existência está balizada pelo contexto tempo, mais que pelo espaço.
Uma mesma mensagem, cinco minutos depois, não me vale mais nada.
Passaram- se cinco minutos.
Não sou eu que defino o tempo, mas sou eu que envelheço com ele.
Sou eu que transformo as palavras em jóias, para destruí-las, logo após.
Ou transformo um diálogo em lei, uma vida em nada.
Na minha mensagem de hoje falo de paz.
Peço que o tempo afaste minha ansiedade e me dê paz.
No meu presente, faz todo o sentido.
No presente seguinte, rasgarei tudo.
Nesse presente, ela se faz necessária.
Existimos através da medida tempo.
Presos e crucificados a ela.

terça-feira, dezembro 14, 2010

Mudança a vista

Eu não sei se é tempo de ficar ou ir embora, mas escolhi ficar.

Ouço a chuva caindo, e lembro daquela aula na faculdade, quando me disseram que a chuva nos filmes é sinal de mudança. Sempre penso nisso quando chove, será que a vida também faz sinais subliminares? E se não captarmos eles, e se não captarmos um sinal que diga que é melhor não ficar? Recebo convites e discretamente os rejeito. Não tenho vontade de aceitar mais nada, finalmente acho que estou no lugar certo. É uma combinação de sorte, destino e distração. Eu, distraidamente aceitei os seus convites por achá-los leves. Por sorte foi tudo leve de fato, e pelo destino e escolha minha, aqui eu fiquei.

Enquanto isso, chove lá fora, acho que é sinal de mudança.

domingo, dezembro 12, 2010

Quando Nietzsche e eu choramos

“Houve uma época em nossas vidas em que estávamos tão próximos, que nada parecia obstruir nossa amizade e fraternidade e apenas uma ponte nos separava. Quando você ia subir na ponte, eu lhe perguntei: “você quer atravessar a ponte até mim?’ Imediatamente, você deixou de querê-lo e, quando respondi a pergunta, você ficou silente. Desde então, montanhas, rios torrenciais e o que quer que separe e aliene interpuseram-se entre nós e, mesmo que quiséssemos nos reunir, não conseguiríamos. Agora, ao pensar no pontilhão, você perde as palavras e soluça e se maravilha”.
... “uhm, é uma historieta curiosa, vamos analisá-la. Uma pessoa está prestes a atravessar a ponte, ou seja, a se aproximar da outra, quando a segunda pessoa a convida a fazer exatamente o que planejara. Com isso, a primeira pessoa não consegue mais dar o passo, porque agora pareceria estar se submetendo à outra....”
E eu, mais uma vez, fiquei a esperar. Não sei se uma hora, um dia ou uma eternidade. O tempo das expectativas muda os ponteiros...

quarta-feira, dezembro 08, 2010

E aquela música do U2 que diz "I still haven't found what I'm looking for" faz cada vez mais sentido. Mas o still tem que terminar em algum momento, não? Uma hora, a gente acha o que procura.


Só estou cansada de buscar. E de tentar achar novos caminhos.

domingo, dezembro 05, 2010

I Ching do dia Segunda-feira 6 Dezembro

Hsien: A Atração,

Este é um momento farovável para você, se deseja iniciar ou melhorar uma relação a dois. Agora há, de fato, uma grande harmonia entre as forças do cosmo: a situação é favorável a uma troca, que poderá enriquecer o seu coração e o de quem está perto de você.

Será o universo conspirando por mim?

Longo domingo

Estou sentada na frente do computador e não consegui pensar em nada. Absolutamente nada. Uma hora de nada e outra hora de você. Palavra nenhuma. Isso é culpa do domingo.

Quando um certo alguém

Posso pensar em você, posso? Pensar em você quando acordo e quando vou dormir, pensar em você quando quero suspirar ou quando quero comemorar.

Não tem problema se eu criar um você. Não tem problema se o você não seja bem o meu você.

Não tem nenhum problema se você se tornar um príncipe do cavalo branco ( ou um príncipe de moto?).

Queria só saber se posso pensar em você. Gosto de sonhar acordada.

sábado, dezembro 04, 2010

Questionamentos meus

Você acredita em mudança?
Vivem dizendo pra mim que não se pode mudar o mundo. Ou pessoas. Ou qualquer outra coisa, se não nós mesmos. Dizem que não conseguimos mudar amigos, namorados, pais, lugares onde trabalhamos. Dizem que as estruturas, tanto humanas quanto concretas, são inatingíveis, inabaláveis, imutáveis. Nós somos os únicos objetos passíveis de mudança. O “eu”. Acontece que eu mesma já presenciei mudanças. Pessoas mudam? Não sei se mudam, mas melhoram. E isso já não é uma mudança? Talvez “x” não mude “y”, mas sem dúvida alguma, houve influências, uma palavra amiga, ouvida e entendida. Talvez não aplicada, mas ela existiu. Você acredita em amor? Você acredita que existe alguém no mundo capaz de lhe trazer felicidade plena e lhe completar? Mas aí você me diz: “Mas amor não é isso. Amor não encontrar alguém que lhe proporcione felicidade plena pro resto da sua vida”. E eu lhe respondo, “você tem razão”. Então, em qual tipo de amor você acredita? Você acredita naquele amor que lhe falta o ar? Ou naquele que você desenvolve com o tempo? Naquele amor que você aprende a sentir? Naquele que chega e lhe derruba e nem sempre, você levanta? Ou ainda naquele amor que seus pais viveram, ou seus avós? Naquela linda historia de amor? Blá, blá, blá. Estou tentando definir o amor! Que audácia! Não deveria. Mas você acredita? Ou não? Você acredita em Deus? Naquele que guia e orienta? Naquele que protege e conforta? Ou naquele que leva, sem satisfação, ou dá, sem explicação? Naquele que vê tudo e nada faz? Ou naquele que vê tudo e espera? Em que Deus você acredita, se acredita? Naquele que te deu o livre arbítrio ou naquele que já escreveu toda a sua vida? Aquele que já sabe tudo que você vai fazer, mesmo que você tente trapaceá-lo? Aquele que sabe que você vai pra esquerda e não pra direita? Aquele que sabe quando você vai morrer mas mesmo assim, lhe dá a vida? Você acredita em Deus? Você acredita na vida? Nas pessoas? No tempo? Você acredita em você? Você acredita em “dar a volta por cima”? Em superação? Em decepção? Em felicidade? Em lealdade? Em que você acredita? Com toda a sua força. Em que VOCÊ acredita? E ai, eu lhe pergunto, POR QUÊ?

Meu casulo

Onde é que está eu, essa eu que eu queria ser mas não sou?
Onde ela está, que não aqui?
Quero saber se ela chega algum dia, porque assim eu paro de esperar.
Quero saber se ela vem, se vem acompanhada de outras eus, talvez feitas de sonhos.
Essa matéria tão inútil que é o sonho.
De nada me adianta.
Eu não sou ainda, quanto mais um sonho.
Eu não terminei de me formar.
Larva no casulo.
E pode ser que o casulo seja eu.
Pode ser sim.
E o casulo fica achando que um dia descasca em borboleta, mas que bobagem, se o casulo é o eu. Loucura, eu sei. É que tem dia que eu acordo casulo.
Tem mês que eu acordo casulo.
A borboleta é difícil, tão rara.