quarta-feira, outubro 15, 2008

Passageiro

Não tenho força para imaginar
Que talvez tenha sido um erro
Ficar nesta estaçao
Esperando pelo mesmo trem
E
Por fim
Insistir na viagem de terceira classe

sábado, outubro 11, 2008

Insônia

Vagueia em mim uma tempestade incessante
Risos, choros, sim, não
Um querer sem querer, sem saber

Vou e volto pela mesma estrada
que agora é totalmente desconhecida
A consciência apaga e a inconsciência acende

Silêncio

O que se faz quando o coraçao se agita
As mão esfriam, a saudade aperta
E o medo desperta
O mais profundo dos pesadelos

Estanco a corda do relógio
Não reconheço o mês, o dia, as horas
Basta-me o pensamento voando
até ele voltar, se é que voltará

E sobram-me devaneios
nesta noite que se arrasta
Mas, é tarde e estou com sono
Sonharei contigo

Retratos da memória

Há ventos que nos trazem pessoas
No reflexo do tempo

Mesmo a distância, perpetuam-se no pensamento
São fotografias das quais a saudade terá sempre os negativos

Revelados na memória.
Revelados no sentimento

Há pessoas que nos trazem ventos
No reverso do tempo

Preso à substância, revelando sentimentos
São maravilhas das quais a sinceridade

Terá sempre os negativos revelados na história.

domingo, outubro 05, 2008

Tarde Demais

Sua voz me faz esquecer de tudo
Então desesperada te procuro e esqueço
da realidade que fica atrás da porta
E uma só palavra sua me faz querer ter tudo de volta
Volto naquele tempo que existia o nós
O frio na barriga quando me puxa para perto de você
O arrepio de sentir sua pele na minha
Aquecendo todo meu corpo de tal forma
Me deixo ser envolvida
Me perco em seus braços e não resisto aos seus beijos
tento voltar a mim, e não consigo
Seu olhar, seu cheiro, seu eu em mim
O coração dispara e tudo acontece
O tempo para e nada mais parece existir
Você adormece, fico ao seu lado, olhando-te
Tentando decorar cada parte de você
tentando eternizar cada segundo
daquele breve momento de nós
O dia amanhece e volto a mim
A porta se abre e lá está um novo dia
E vejo que uma noite é só mais uma
E que uma noite é pouco
Para quem quer a eternidade
Quero te inteiro
É tarde demais

quinta-feira, outubro 02, 2008

Árvore solitária - Por Ana Cristina Matias

Hoje me senti assim,
Como uma árvore sozinha no meio do pasto,
Que na paisagem da estrada, preenche um vazio sem fim.
Apenas ocupa o seu lugar no espaço,
Sem se mover, machucar e ferir,
E se contenta em viver cada anoitecer do rancho,
Sozinha, apenas com a companhia dos pássaros,
Que se alimentam de suas sementes.
Sem flores, já passou da época,
agora semeia em sua volta,
Com suas frutas secas e que não foram colhidas a tempo da estiagem,
E belas folhas verdes que permanecem e suportam o frio, gelado e úmido.
Sua beleza é vista de longe, na rodovia os carros passam,
E as famílias em seu interior observam sua força, e insistência,
De viver ali solitária, e sobreviver a cada amanhecer.

http://anacpm.blogspot.com/2008_07_01_archive.html