sexta-feira, janeiro 29, 2010

O vagalume e a Raposa

O vagalume ia
O vagalume vinha
O vagalume brilhava
Brilhava
E brilhava
Sempre fugindo da raposa
Que ia atrás do vagalume.
Zumzumzum
Brilhava o vagalume
Fugindo da raposa.
Até que um dia, exausto, ele se deixou vencer
E a raposa se aproximou.
Ele, modesto e discreto, pediu por uma última pergunta
“Raposa, porque eu? Raposas não se alimentam de pequenos vagalumes....”
“E eu não sei?” respondeu a raposa “É que não agüento tanta luz”

sábado, janeiro 23, 2010

Como acontece?

Para onde vão os passarinhos quando começa o temporal?
O ninho deles resiste a um temporal como esse?
Com fazem os passarinhos?
Eu não sei como fazer...

terça-feira, janeiro 12, 2010

Sem medo do medo que o vazio dá

O vazio inevitável do fim do dia voltou a aparecer.
Discretamente, enquanto eu estou distraída pensando no que será que amanhã.
É um vazio bonito, até.
Quase se confunde com um sentimento de impotência, de insignificância.
Mas é um vazio, apenas.
Não esvazia o meu ser, não me deixa desiludida esperando algo para preenchê-lo, ele apenas é. Tem dias que sinto uma paz enorme em estar aqui, tem dias que passo cheia de dúvidas se eu deveria estar em outro lugar.
E o vazio, que passa o dia todo escondido, surge segundos antes de meus olhos fecharem para dormir.
Não luto contra ele, não sofro (só às vezes que sofrer me faz grande), eu deixo o vazio ali, porque ele é meu e com ele eu aprendi a coexistir.

domingo, janeiro 10, 2010

Para onde é que vai

As palavras que um dia sussurrei em um ouvido, para onde foram?
Elas foram para algum lugar?
Ficaram naquele ouvido?
Foram para qualquer outro orgão, menos ao coração.
Queria seguir o percurso de cada palavra, letra a letra
Para guarantir que elas chegassem a algum lugar
Ou pelo menos no lugar que eu esperava
Eu não gosto de disperdiçar palavras
Sinto que já desperdicei demais