domingo, julho 25, 2010

Longo inverno

Nem todo frio que sentes, é culpa desse inverno
Pode ser que parte dele seja do inverno passado
que ainda gela em ti

Um coraçao só

Nunca se deve deixar o coração sozinho
Ele pode se confundir
Ele se confunde com a chuva
ele se confunde com a neve (que nem existe aqui)
Um coração sozinho faz desgraças
Ele se despedaça inteiro,
só para magoar a gente.
Depois para consertá-lo dá o maior trabalho.
...se um dia eu conseguir...

domingo, julho 11, 2010

Descobri que nada é definitivo quando as pessoas vão embora.
Você foi embora e eu descobri que nada é definitivo.
Quando eu fui embora eu estava com medo de ficar definitiva.
Hoje eu só quero que dure até amanhã.

Marcapasso

Tenho observado o relógio da minha casa. Faz um tempo que sento no quarto e fico a observá-lo.
Eu percebi que já tem um tempo que ele me persegue.
Quando eu me preparei para sair, ele me mostrou as horas, quando eu estudei sem parar, ele me mostrou as horas.
Quando chorei de saudade, quando dancei sozinha, preparei meu almoço, fiquei muda por horas ou quase morri de amor, ele me mostrou as horas.
Tem momentos que eu queria que ele não existisse. Queria que não tivesse nada no mundo me mostrando que o tempo passa ou que ainda é cedo ou tarde demais.
Teve outros momentos que ele mostrou que faltava pouco.
Acho que entre tudo que me acompanhou até esse momento, ele é o mais fiel.
Nunca, nunca mesmo deixou de registrar nenhum segundo.
Acho que estou aprendendo que todo mundo é substituível. E quando você descobre que todo mundo é substituível, uma coisa qualquer se quebra dentro do peito.
Até que minhas idas e vindas pelos estados do país tem me ensinado muito.
Esses dias parei para pensar sobre o que os comissários de bordo dizem em caso de acidente. Algo como: "Puxe uma das máscaras, coloque a sobre o nariz e a boca ajustanto o elástico em volta da cabeça, e depois auxilie os outros caso necessário".
Primeiro é preciso que você respire e sobreviva, para que depois você possa ajudar quem quer que seja ao seu lado a sobreviver também. Essa é a lei dos aviões em turbulência.
Essa é a lei de qualquer turbulência.
Sobreviva antes de tentar salvar os outros.

sábado, julho 03, 2010

As voltas do meu mundo

Isso que o mundo dá voltas
Ele dá voltas mesmo
Gira
Gira
E trás meu passado de mansinho a mexer
Cada passado mexe de um jeito
Coça uma parte do corpo
Algumas pessoas fazem uma massagem no ego, gostosa, que deixa a gente sorrindo a toa
Outras dão um apertão violento no coração.
Nossa que aperto
Libriana que sou, fico estranha com essas visitinhas do passado
Sempre tenho que colocar uma música que me faça bem
Respirar fundo e olhar no canto do computador
22:09 do dia 16 de maio de 2010
Não é ontem nem anteontem
Não é ano passado
Não é infância
É 16 de maio de 2010
E acredite,
É preciso ficar atenta
Numa piscada de olho
Tudo muda novamente
E o presente me escapa.

quinta-feira, julho 01, 2010

A minha São Paulo

Eu gosto de uma coisa meio cidade do interior, ou um Rio de Janeiro de 60.
Essa sensação de que conheço todo mundo, barquinho e violão, praça no final da tarde.
São Paulo me assusta. Perco-me e me acho e me perco.
Muita gente, muito espaço e pouca praça.
O tempo escapa, não tem essa de estender num bar, cuidado com o trânsito.
Certa vez escutei de uma recifense em Recife – rodízio de carro? Mas como funciona esse lance?
Gosto de dar oi na rua pra gente conhecida, gosto de estender a tarde sem dar sinal. Quer achar a turma, estão ali na esquina, é claro. Onde mais poderia?
Uma coisa de violão e interior. Uma coisa de saber com quem fala e por onde anda. Uma coisa de não deixar o mundo ficar tão cheio de porcarias.
Tão cheio.
Chico diz que para gostar de uma cidade é preciso saber viver nela.
Difícil, veio sem manual.
São Paulo é ambiciosa, competitiva.
São Paulo tem de tudo, mas se você bobear não encontra nada.
Cidade que não sabe jogar conversa fora.
Certo está Vinicius... aqui não é para principiante não.