segunda-feira, setembro 14, 2009

Acontecimentos

As coisas todas acontecem.
Misteriosamente acontecem com o nada.
No chão, com o vento, para o céu.
(Aparecem e podem sumir).
Segurem-nas com as duas mãos.
Não as deixem voar com os pássaros,
Não as deixem escorrer para o ralo,
Com a água do banho.
Não as deixem soltas como pétalas caindo da flor,
Porque não são flor.
O vento é fragil, fraco, não se vê,
Mas às vezes leva tudo o que se tem.
(Violentamente, como se as coisas não precisassem de despedidas)
Como se tudo bastasse no momento em que se acaba,
Como se nunca ficasse um talvez, um suspiro, uma lágrima.
As coisas todas acontecem. Sempre.
Tudo que se quis, tudo que se quer, tudo que não se tem: acontece!
Não deixe que nada escape.
Porque as coisas se vão, misteriosamente...

sexta-feira, setembro 11, 2009

Necessidades da vida...

Um dia a gente se conheceu.
Foi uma coisa muito forte.
Uma questão de necessidade.
Eu precisava dos textos dele, da racionalidade, do amor que ele sentia por mim.
Ele precisava de mim. Precisava da minha alegria e despreocupação com tudo.
Era como uma balança e a base de tudo era uma paixão maior do mundo.
Maior.
Maior que qualquer desavença familiar, dinheiro, ciúmes, tempo ou espaço.
A gente se precisava como remédio, como cura.
Mas um dia eu sarei.
Levantei da cama, pude andar descalça pelo chão frio, prender o cabelo e rir alto, descontroladamente.
A garganta já não doía.
Nada já doía.
A gangorra despencou e eu fui jogada para o céu, quase tocando as estrelas, e voltei para a terra, me equilibrando.
Voltei a ser o que eu nunca fui.