sexta-feira, maio 15, 2009

Que assim seja!

A cada viagem que faço, a cada visita que recebo, a cada passeio que dou, palavra que aprendo, pessoa que conheço, a cada flor que brota, a cada sorriso que ganho, a cada paisagem que contemplo, alguma coisa dentro de mim dilata. Em toda decisão tomada, passo dado, dor compreendida, em todo momento vivido na presença, na reunião de tudo que sou, algum nó se desfaz em mim, alguma luz se acende, algum medo se perde. Tudo que existe me diz alguma coisa. Nessas pequenas e graduais iluminações liberto o eu de alguma coisa que nao é. Deixo o eu livre para ser cada vez mais eu. A compreensão se revela em seu tempo, o caminho mostra seu sentido. E entendo! Nao devo me tornar nada. Sou a cada instante o máximo que poderia ser. E quanto mais compreendo e vivo isso, mais sou, mais me sensibilizo com existir. E eu está ficando imensa, e a vida esta ficando imensa. Depois do frio, da solidão, do vazio, do sono, do desespero, do perder-se, do cinza dentro de mim, assim como tudo a minha volta, renasce, acorda se abre mais forte, mais vivo, mais sedento, mais faminto do que um dia já foi. Hoje percebo as pedras pelas quais passei e agradeco imensamente ao que cada uma delas me disse e me fez sentir. A vida tem seus segredos. Os milagres só existem para aqueles que acreditam. A busca deve ser desmedida, pois é infinita. Até a lama tem sua beleza, até a melancolia tem seu charme e a dor pode ser bonita porque também é uma forma de enxergar e de nos fazer entender com maior valor aquilo que nao é dor. O importante é beber do limao sem, no entanto, se deixar azedar. Depois do amargo, o mesmo doce de antes torna-se mel. Passar pelos ventos da vida sem cair nas armadilhas fáceis do medo, da raiva, do desamor e do ego, acabam por nos colorir. A vida é uma só. Essa foi a grande compreensão. E não gostar do milagre do eu ou ser pela metade seria um desrespeito ao grande milagre, seria enfim, o maior de todos os pecados. O eu e o agora são as única coisas que me pertencem. E que assim seja, Sempre.

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